Pilares da observabilidade

Os sistemas atuais estão cada vez mais complexos e distribuídos, garantir que tudo funcione corretamente se tornou um desafio constante. Com isso é necessário soluções e ferramentas que possam ajudam profissionais de ti a entender o comportamento interno de sistemas a partir dos dados que eles geram e nesse contexto a Observabilidade surge como peça fundamental para esse entendimento.

Mas afinal, o que são métricas, logs e traces, e por que eles são chamados de os três pilares da observabilidade?

O que é Observabilidade

A observabilidade vai além do simples monitoramento. Enquanto o monitoramento mostra se algo está errado, a observabilidade ajuda a entender por que está errado. Ela se baseia na coleta, análise e correlação de três tipos principais de dados: métricas, logs e traces.
Esses três elementos, quando usados em conjunto, oferecem uma visão profunda do desempenho, comportamento e integridade de sistemas modernos — especialmente em ambientes de microserviços, nuvem e arquiteturas distribuídas.

Métricas: medindo o desempenho do sistema

As métricas são valores numéricos que representam o estado e o desempenho de um sistema. Elas são ideais para acompanhar tendências ao longo do tempo e identificar padrões anormais.
Alguns exemplos comuns de métricas incluem:

  • Uso de CPU e memória

  • Latência de resposta

  • Taxa de erros

  • Número de requisições por segundo

Esses dados ajudam equipes a detectar gargalos e prever problemas antes que afetem os usuários. Ferramentas como Prometheus, Grafana e Elastic são amplamente usadas para coletar e visualizar métricas em dashboards intuitivos.

Um bom conjunto de métricas permite definir alertas automáticos, o que ajuda a equipe de TI a agir rapidamente diante de anomalias. Em suma, métricas fornecem a visão macro do sistema, elas mostram “o que está acontecendo”.

Logs: entendendo os Detalhes

Se as métricas mostram o que está acontecendo, os logs revelam por que algo está acontecendo.

Logs são registros detalhados de eventos que ocorrem dentro de um sistema, desde o acesso de um usuário até erros de execução em uma API.

Eles são fundamentais para investigar incidentes e depurar falhas. Cada log contém informações como timestamp, nível de severidade (info, warning, error), e mensagens descritivas.

Por exemplo:

[ERROR] 2025-12-05 14:23:10 - Falha ao conectar ao banco de dados.



Esse tipo de dado é essencial em auditorias e análises de segurança.

Ferramentas como Elasticsearch, Kibana e Loki facilitam a centralização e a busca por logs em ambientes distribuídos.

Os logs são o pilar mais detalhado da observabilidade. Eles permitem reconstruir o contexto de uma falha e entender a causa raiz de um problema.

Traces: Seguindo o Caminho das Requisições

O terceiro pilar da observabilidade são os traces (ou rastreamentos). Eles mostram o caminho que uma requisição percorre dentro de um sistema distribuído, especialmente útil em aplicações compostas por diversos microserviços.

Imagine um pedido em um e-commerce: ele passa pelo serviço de autenticação, depois pelo catálogo, carrinho e pagamento. Um trace permite acompanhar essa jornada completa, medindo o tempo gasto em cada etapa e identificando onde ocorrem lentidões.

Ferramentas como Jaeger e OpenTelemetry são amplamente usadas para implementar tracing.

Os traces são essenciais para compreender dependências entre serviços e otimizar a performance de toda a aplicação.

Em resumo, se as métricas mostram o “o que”, e os logs explicam o “por que”, os traces mostram “onde” o problema está ocorrendo.

Por que os Três Pilares devem trabalhar juntos

A verdadeira força da observabilidade está na integração desses três pilares.

Sozinhos, eles fornecem informações valiosas; juntos, oferecem uma visão completa.

Por exemplo:

  • Uma métrica pode indicar aumento na latência.

  • Um log pode explicar que houve erro em uma conexão.

  • Um trace mostrará exatamente em qual serviço ocorreu o problema.

Essa combinação permite que equipes identifiquem rapidamente a causa raiz e resolvam incidentes com mais eficiência.

Em ambientes complexos, essa correlação é essencial para manter o SLA (Service Level Agreement) e garantir a experiência do usuário.

Ferramentas de Observabilidade mais Usadas

Entre as ferramentas mais populares do mercado, destacam-se:

  • Prometheus e Grafana (para métricas)

  • Elastic Stack (ELK), Loki e Fluentd (para logs)

  • Jaeger e OpenTelemetry (para traces)

Essas soluções são frequentemente combinadas para construir pipelines de observabilidade completos. A integração entre elas facilita o diagnóstico de falhas e a geração de insights em tempo real.

Boas práticas para implementar Observabilidade

  • Defina métricas relevantes: foque em indicadores que realmente importam para o negócio, como tempo de resposta e taxa de erros.
  • Padronize logs: use formatos estruturados (como JSON) e mantenha um nível de detalhe consistente.
  • Implemente tracing desde o início: cada novo serviço deve ser instrumentado para gerar dados de rastreamento.
  • Automatize alertas: configure notificações baseadas em métricas críticas.
  • Centralize os dados: reúna todas as informações em uma plataforma unificada para análise mais eficiente.

Essas práticas ajudam a criar um ambiente de engenharia confiável, resiliente e proativo.

Conclusão

A observabilidade é uma das bases da engenharia moderna de software. Com sistemas cada vez mais distribuídos e dinâmicos, compreender métricas, logs e traces deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade.

Dominar esses três pilares permite não apenas detectar problemas, mas entender profundamente o comportamento do sistema e oferecer uma experiência mais estável aos usuários.

Investir em observabilidade é investir na saúde e no futuro das suas aplicações, uma escolha essencial para quem busca eficiência, confiabilidade e inovação no mundo da tecnologia.

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